terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Dela, a boca

Amo tua boca, estampa incerta.
Como amo tua boca aberta.
Fechada.
Quando ri não é mais boca é
Estrada, conduz o riso
De mulher enamorada.
Amo tua boca quando diz tudo,
Nada.
Amo tua boca quando fala,
E dança o tango da palavra.
Quando conta o quanto ama,
Molhada o beijo reclama.
Amo tua boca na minha,
Colada.
Amo tua boca perfumada,
Que me palmilha, percorre,
Palco onde esgrima de línguas
Ocorre.
Amo tua boca no riso parado,
Da figura do Buda retirado.
Amo tua boca em qualquer
Estado.
Amo tua boca que não me
Tem apartado.
Amo tua boca, centro do
Desejo, deslocado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário