Se pacificaram nossos modos é
Porque envelheceram os olhos,
Por demais finitos para conter
A calma e a violência do viver.
Estão já repletos de história,
A nossa e de todos os outros,
E desvelam por entre a fúria
E solidão da memória que a
Boa fortuna consiste em estar
Quieto, e saber que isso basta.
O olhar de um velho já não
Sorve as manhãs e os dias,
Nem bebe silencioso a suave
Luz e sombra do corpo desnudo,
Nele o vento do tempo impele
Nuvens secas à voltar, retornar.
Olhar um velho é ver um eco.
Porisso não há mudar, há cansar.
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